Quem imobilizou o ex-aluno, de 21 anos, que entrou num colégio em Cambé, no Norte do Paraná, para atirar em estudantes, não foi um professor treinado. Quem conseguiu parar o atirador foi um prestador de serviços que não é ligado ao governo e que não tinha preparo para tal situação, mas que agiu por impulso com objetivo de impedir a ação. A informação foi veiculada pela RPC, nesta terça-feira (20).
O ataque na escola em Cambé deixou duas vítimas fatais. Morreu no hospital, na madrugada desta terça-feira, o adolescente Luan Augusto, de 16 anos, segunda vítima do tiroteio na escola. O estudante era namorado de Karoline Verri Alves, de 17 anos, que morreu na escola.
Logo após o crime, em coletiva de imprensa em Curitiba, ainda com informações iniciais sobre o crime, o governador do Paraná disse que quem tinha imobilizado o atirador havia sido um professor treinado.
“A informação que nós temos é que o professor que conseguiu imobilizar esse ex-aluno foi um professor que passou pelo treinamento de segurança que fizemos há 90 dias atrás”, disse Ratinho Jr., em coletiva de imprensa na segunda-feira.
O que disse o governo?
A assessoria de imprensa informou que não terá posicionamento em nota, mas explicou que a afirmação do governador foi dita à imprensa com informações de momento, levadas por autoridades, o que não se confirmou. Segundo a assessoria, os professores estão passando por treinamento e naquela escola já houve, inclusive.
Apesar disso, segundo a entrevista da afiliada da TV Globo no Paraná, quem segurou o responsável pelo ataque foi Joel de Oliveira, de 62 anos. O homem estava trabalhando na Avenida Canadá, ao lado do colégio, ouviu os tiros e resolveu entrar na escola.
Segundo Joel, o portão do Colégio Estadual Professora Helena Kolody estava aberto quando correu para tentar ajudar.
“Eu corri para dentro e não tinha ninguém no portão, o pessoal que estava conseguindo sair estava saindo, e eu fui entrando no meio da turma. Conheço bem o colégio, e faço a votação nesse colégio”. disse Joel de Oliveira, prestador de serviços
Dentro da escola, Joel disse que começou a procurar pelo atirador até que viu o rapaz disparando contra uma vidraça. Ele se identificou como policial.
“Viramos no corredor, nos encontramos os dois e eu me identifiquei como polícia, disse “sou policial, para”, e consegui dominar ele lá, deitei ele no chão e segurou até a policial chegar”. contou Joel de Oliveira, prestador de serviços
No momento, o prestador de serviços disse que estava com um celular na mão e mais nada. Nem preparo ele tinha, mas também disse que o rapaz sequer esboçou reação.
“Ele parou, colocou a mão na cabeça, não reagiu. Eu não tive medo, na hora eu vim para tentar salvar mais crianças. Eu queria ver o que eu podia fazer para ajudar. Quando vi eu já estava na história e o meliante no chão. A polícia chegou com arma em punho, eu falei ‘tá aqui’ e me retirei do local”. detalhou Joel de Oliveira, prestador de serviços
Joel disse à RPC que a escolha por entrar na escola foi uma decisão do momento. Ele comentou que o objetivo era o de salvar as crianças.
“O susto foi tão grande, escutei o pessoal correndo, trabalho aqui perto, sou prestador de serviços, escutei os tiros e me dirigi até o colégio. Chegando no portão do Kolody eu vi que tinha tiro lá, entrei para ver o que eu poderia fazer para salvar as crianças lá dentro. Todo mundo estava na correria, correndo, correndo, eu senti que eu tinha que fazer alguma coisa”.
Depois que a situação foi controlada, o homem chegou a receber abraços e agradecimentos de funcionárias do colégio, que estavam emocionadas.
“Elas falaram que eu fui guiado por Deus, agradeceram muito, porque a tragédia poderia ser maior porque o rapaz estava com muita munição e ele podia a qualquer momento atirar em todo mundo. A gente se emociona porque tem neto nas escolas e a gente espera que deixe um filho na escola com segurança e acaba acontecendo uma tragédia dessa”.
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Redação - Rádio Carol FM 87,9Com Informações:Umuarama NewsPor: João Victor Freitas Rodrigues