O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) agora pode ser acionado em qualquer parte do mundo para agir em caso de grandes enchentes. A instituição paranaense tem larga experiência na atuação em desastres naturais e tragédias.
O Grupo Consultivo Internacional de Busca e Resgate (Insarag, na sigla inglês) criou um diretório para este tipo de situação e escolheu a corporação para integrá-lo. Esta é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que coordena uma rede global para ações de busca e resgate.
Os bombeiros do Paraná, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo compõe o Diretório de Resposta a Inundações. Além disso, fazem parte profissionais da Austrália, Malásia, França, Reino Unido, Argentina e Equador.
Na prática, isso significa que essas equipes estão disponíveis para atuar em caso de enchentes de grandes proporções. No Brasil, a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, é quem receber os pedidos de ajuda. A agência também é responsável por ofereces apoio a outras nações em situação de emergência.
A criação desse diretório ligado à ONU teve uma importante influência paranaense. Desde 2024, o major Ícaro Gabriel Greinert, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do CBMPR, integra o Grupo de Trabalho de Resposta a Inundações (Search and Rescue in Floods Response Working Group), um subgrupo de atuação do Insarag.
“Temos membros de vários países, mas assumimos um protagonismo importante dentro desse subgrupo. Neste ano em que estamos lá, escrevemos os termos de referência que estabelecem, minimamente, o que se espera de uma equipe para atender internacionalmente às inundações — algo que até então não existia; é inédito”, explicou o major.
“Criamos também esse diretório, no qual constam as equipes que, voluntariamente, após uma avaliação documental e dentro de alguns critérios, estão aptas para serem acionadas. Isso em caso de atendimento a enchentes”, complementou. Segundo ele, a preocupação com a resposta a tragédias dessa natureza era uma demanda antiga do Brasil dentro do INSARAG. O desejo virou realidade durante o evento Semana de Redes e Parcerias Humanitárias, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.
Para o major Gabriel, o Paraná já provou que está pronto para esse tipo de desafio, como vem sendo demonstrado nas intervenções recentes dentro do país, por meio da Força-Tarefa de Resposta a Desastres, sob responsabilidade do ‘Gost’.
Ele lembrou as ações no ano passado em União da Vitória e no Litoral do Paraná, e também o apoio ao Rio Grande do Sul, na pior tragédia natural já vivenciada pelo estado vizinho. Bem como da parte técnica do trabalho de busca e resgate, essas experiências ajudam a ampliar os conhecimentos logísticos que essas incursões exigem.
“Os envios internacionais demandam logística e preparação maiores, mas estamos prontos para isso”, comentou.
A participação do Paraná nesse esforço global para aprimorar a capacidade de resposta a catástrofes tem reflexos diretos para a população do estado, como explica o oficial do CBMPR.
“A gente está aprendendo, discutindo, tendo acesso aos melhores profissionais do tema a nível mundial. Ganhamos conhecimento, trazemos muita tecnologia, mas ensinamos também. É um intercâmbio de técnicas e equipamentos que nos faz avaliar como estamos atendendo aqui no Paraná e o que podemos melhorar”, avaliou.
“Temos um Corpo de Bombeiros reconhecido mundialmente e, com certeza, como uma das das referências no atendimento às enchentes e inundações”, finalizou.
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Redação - Rádio Carol FM 87,9
Com Informações: OBemDito
Por: João Victor de Freitas Rodriguês